Olá pessoas!!
Olha eu aqui novamente... De tanto ver as discussões nas comunidades dos novos aprovados (aliás, PARABÉNS!!), com as frequentes perguntas sobre livros, xerox, apadrinhamento, matérias, matrículas e afins, resolvi que poderia ser um tema legal de post a sobrevivência de um FERA (é assim que chamamos os novatos na UFPB) nos seus primeiros momentos de universitário; mas talvez nãos e resuma a isso, pode ser que eu "passeie" por entre os outros grandes marcos do curso médico. Nãoo... Melhor deixar para outro post. ( \o/ ), só assim vocês tem um outro estímulo para visitar o Blog novamente, além do fato de ele ser "o melhor blog de cardio dos últimos tempos"!! Sem mais delongas, sei que muita coisa mudou de quando eu entrei para hoje, mas algumas verdades são absolutas na nossa universidade (e talvez não só nela) e serão ditas. Espero que seja útil para a vida de vocês...
A vida de um Fera começa quando ele passa no vestibular. Depois de muito suor e esforço, quem sabe alguns anos de expectativas e cansaço (no meu caso, uns muitos), ver seu nome naquela lista faz seu coração explodir e o grito louco sair da sua garganta, é inexplicável. Mas há alguns que ainda ficam na expectativa, contando os dias e as pessoas que passarão em outros lugares para que possam, enfim, tornar real o sonho de entrar na Universidade. O G.A.R.E é um grupo de apoio formado por familiares de pessoas que estão, ou já estiveram, na lista de espera e faz essa contabilidade dos remanejados, auxilia na previsão das novas vagas e vira uma verdadeira família para quem teve seu nome na lista adiado por mais alguns dias.
Pronto! Passada essa fase das Listas, ou melhor, concomitantemente a elas começa a fase das fotos nas redes sociais e mudanças de status, do compartilhar a alegria. Todo mundo começa a se conhecer, há aquela euforia pelos amigos novos, pela vida nova; começam as saídas, churrascos, luaus... Quem me conhece sabe que eu não sou chegada a festas, mas acho importante que se façam esses tipos de confraternizações antes de as aulas começarem, para que a turma possa se conhecer e, também, para passar o tempo. A rotina universitária vai mudar as relações, o modo de convivência, mas nunca a sua memória. Relembrar esses momentos é muito bom, não percam isso.
Cadastramento. O pouco que me lembro dele me faz pensar que ele era simples: a gente imprimia um documento na página da COPERVE, preenchia e levava junto com os outros documentos requeridos no dia especificado; ficava na fila uns 10 minutinhos e entregava. Não tinha muito o que fazer, quem trabalhou mesmo foi o pessoal do G.A.R.E., fazendo a "chamada" das pessoas que foram se cadastrar. Muitos aproveitam este dia para sair porque a maioria das pessoas está presente, foi assim com a nossa turma. Lembro-me também que nesse dia saímos para fazer as carteiras de estudante, pegamos uma declaração de curso na Coordenação e fomos ao DCE. Mas isto é um caso complexo hoje em dia, já que temos agora um site para fazer, mas o CANAL (nosso Centro Acadêmico) está tentando ficar responsável por fazer as nossas. Enfim, daqui a uns poucos dias teremos notícias a respeito desse tema.
A matrícula... Como até já comentei em algum grupo de novos aprovados,
a nossa Coordenação de curso é que faz as nossas matrículas; porque é melhor para elas fazer tudo de uma vez do que ficar reparando os erros que o sistema comete ao matricular alunos modulares. O nosso currículo é diferente do de todos os cursos da universidade, por isso temos este problema. A nós cabe a conferência no site da UFPB (clique
aqui para ir ao site), cuja senha de entrada será dada no dia do cadastramento, e resolver as incompatibilidades entre a programação do nosso período (clique
aqui para ver a programação) na primeira semana de aula. Lembrando que os remanejados de período precisam fazer um novo cadastramento, para terem um novo número de matrícula e a única coisa que precisam levar é um novo cadastro, disponibilizado no site da COPERVE, no dia determinado.
Já estamos cadastrados, matriculados, vamos às aulas... Daqui a um mês vocês "olharão" para mim e perguntarão: que aulas?! É que os primeiros módulos a serem cursados são muito tranquilos (que os professores da saúde coletiva não me leiam..rsrs), mas não menos importantes. Aquela coisa de "anatomia,-fisiologia-embriologia etc" só começa a ser vista depois de algum tempo do início do semestre. Isso ainda gera algumas polêmicas no curso, portanto não entrarei em detalhes e tentarei ser o mais imparcial possível. Saibam apenas que haverá espaços para este tipo de discussão e que alunos de outros períodos (pode até ser eu, fora do blog) podem falar um pouco mais a respeito.
Com relação aos materiais a serem adquiridos está muito mais fácil hoje em dia, porque há o apadrinhamento entre as turmas. No meu período não houve isso, não tão "oficializado"..rsrs.. Nós conseguíamos com os amigos de períodos à frente, quando eles não os tinham emprestados à outras pessoas. O que eu recomendo sobre compra de livros é ter um atlas de anatomia (eu tenho o NETTER, a meu ver bem mais didático que o Sobotta) e um livro de fisiologia (eu tenho o GUYTON, simplesmente perfeito!), que são livros para o curso e a vida toda. Claro que alguns professores irão preferir uns livros a outros, mas isso se descobre no decorrer do semestre.
Os horários das aulas no primeiro período são às 8:00h pela manhã e às 14:00h à tarde, com algum grau de variabilidade, e elas quase sempre são ministradas nas salas do bloco Arnaldo Tavares, abaixo da coordenação,nas famosas oitocentAs - isso mesmo, com "A". Quando não forem ali, como em algumas matérias como fitoterapia, serão divulgados os seus locais; talvez não com tanta antecedência como gostaríamos, por isso é importante a comunicação entre a turma: vários grupos ficam em locais diferentes cuja probabilidade é grande de a aula acontecer e um fica responsável por avisar o outro, caso o professor chegue; simples assim! ;D
Façam dos monitores os seus "melhores amigos", eles darão uma ajuda enorme, principalmente nesses primeiros períodos. Nessa mesma "sintonia", tentem conviver o melhor possível com seus colegas de turma, já que vocês irão vê-los muito mais do que a sua própria família; sempre haverá divergências, o importante é aprender a superá-las... São seis anos juntos, é uma vida inteira! Outra coisa complicadíssima é a competição, mesmo que de forma sutil (e muitas vezes escancaradamente) ela aparece e é motivo de desconforto. Tenha sempre em mente a pessoa que você é, a sua capacidade em se superar e não se deixe levar pelos motivos inúteis de "ser o melhor pela necessidade de sê-lo".
Vou dedicar outro parágrafo a isso porque é muito sério. Se tem alguém que merece a prova da nossa inteligência e a nossa dedicação em melhorar somos nós mesmos; outro fator questionante da nossa capacidade deve ser "cortado fora", juntamente com as suas raízes de intolerância e apego às futilidades. Nós estamos neste curso para aprender a cuidar de vidas humanas, de seres com metabolismo, estruturas anatômicas, sinapses neuronais; mas que pensam, amam, tem sentimentos... Vidas que poderiam ser as nossas ou as de alguém que amamos. Ao invés de nos preocuparmos se a nota de fulano de tal é maior do que a nossa, ou se beltrano tem estágio e eu não, bom seria se o quadro fosse: "tirei uma nota baixa, onde devo melhorar para render melhor?", ou "Beltrano tem um estágio bacana, lá ele aprende muito; como posso fazer para estar lá com ele aprendendo mais?".
O Jaleco é a sua segunda roupa, sempre o tenha em mãos. Talvez não seja necessário nos primeiros meses de curso, mas aprender a estar com ele é importante, porque faz parte do nosso dia-a-dia. É ele que nos identifica como os estudantes de medicina que somos e, com isso, traz a responsabilidade de sermos vistos como tal. Ele não é acessório, muito menos estilo "maneiro"de roupa, é um traje que nos torna aptos para exercer a profissão de forma segura para nós e para os pacientes. De modo semelhante, o estetoscópio não é um colar "da moda", é um aparelho de consulta usado na semiologia para o diagnóstico de sinais das mais variadas doenças. A hora de comprá-los? Jaleco: imediatamente! Tem lojas que fabricam, mas na Universidade também existem pessoas que os vendem. Esteto: Importante MESMO a partir do 4º período.
Desde o primeiro momento que o nome de vocês saiu naquela lista, vocês serão vistos como "doutores", não adianta. Por mais que se insista em dizer que não sabe dessa doença, ainda não viu o assunto, não entrou em hospital, não teve contato com paciente desse tipo e todas as verdades do mundo, sempre haverá um parente ou conhecido (muitas vezes até desconhecido) perguntando algum diagnóstico, pedindo conselhos, esperando a sua iniciativa para resolver questões que ninguém gostaria de resolver, mas como você é estudante de medicina seria sua "obrigação". Lutar contra isso é como nadar contra a maré, o que deve ser feito é a imposição dos seus limites e a exposição da sua situação, não negue a si mesmo em prol da expectativa alheia.
Seja forte e persevere! Pode até soar como uma frase de livro de auto-ajuda, mas a realidade pode ser dura algumas vezes. Nós entramos deslumbrados na Universidade, enfim o curso "da nossa vida", mas o dia-a-dia pode ser mais cansativo do que o esperado. E vocês estão lendo as palavras de alguém encantada com a medicina, que a escolheu por vocação e tem a convicção de que nasceu para fazer isto. Mas somos humanos e temos limitações físicas e mentais. Não viva para a medicina, não seja serviçal de um desejo; viva e exerça a medicina, tire um tempo para você e suas questões, para outras atividades... Durma, se seu corpo pedir isso, mesmo que os seus outros colegas passem 5093094 noites acordados, com isso você aprende a se respeitar.
Não se submeta a nada que não for do seu agrado só pela aprovação dos outros;mas aprenda a perceber as oportunidades e agarre-as assim que encontrá-las. Aprenda a aprender com elas. Falei bastante de impor limites, mas existe algo a que você não deve se limitar que é a busca pelo conhecimento. É verdade que nós vamos descobrir os nosso desejos e aptidões na várias especialidade médicas, mas devemos lembrar que sairemos MÉDICOS e não especialistas. Médicos capazes de cuidar de uma gripe ou diagnosticar um infarto agudo do miocárdio, se necessário. Aprenda TUDO que puder, com quem esteja disposto a ensinar, mesmo que não seja na sua área preferida.
Compartilhe, não guarde o conhecimento para si. Ensine e estará aprendendo.Contudo saiba perceber em sua volta pessoas que não estão interessadas no seu crescimento e saiba mantê-las distantes. Meu pai sabiamente diz que nós devemos fugir de pessoas negativas e completo esta frase com a necessidade de estar rodeado de pessoas sinceras. Que a sua força seja em prol da melhora não da sua imagem, mas do seu caráter e permita-se ser uma pessoa melhor todos os dias.Acredite em si mesmo, no melhor das pessoas, mas não seja tolo. Engraçado, parece até contraditório, depois de tudo o que eu falei, mas de certa forma não é. Já que vamos lidar com vidas pelo resto de nossas vidas, precisamos acreditar que existe um outro melhor.
Ainda mais, eu acredito que existe um amor maior, um alguém que está por trás desse melhor e não poderia terminar o post sem falar disso, pedindo a licença de quem não acredita e o devido respeito; mas Deus faz parte da minha vida e sempre o fez. É ele que me faz acordar todos os dias e ter a certeza de que escolhi a profissão certa para exercer, de que existe um sentido para tudo e que milagres acontecem! Amo a medicina porque foi um sonho que o Senhor colocou no meu coração e tenho o maior prazer em compartilhar isso nessa página do diário que me foi confiada. Amo a medicina porque posso ver esses milagres todos os dias e tenho a certeza de que estou no lugar certo, até mesmo quando as coisas não estão dando certo como deveriam dar...
Espero que tenham gostado desse Post e esperamos vocês nas atividades da liga.
Sejam bem-vindos!!
Polyanna Carla Magna do Nascimento (CEE-LAC)
